Bolívia, tesouro escondido da América do Sul

A Bolívia é o país dos contrastes por excelência. Ela se estende desde os picos mais altos da cordilheira dos Andes até a floresta amazônica, passando pelo Altiplano, os desertos, os vales centrais e as planícies do Oriente.

Navegue pelo lago Titicaca e pela ilha do Sol a quase 4.000 m de altitude. Descubra locais míticos para uma imersão no coração da civilização Inca. Depois de atravessar os altos planaltos andinos desde La Paz, faça uma escala em Copacabana antes de se dirigir à ilha do Sol e à ilha da Lua. Percorra a extensão desértica do Salar de Uyuni e do Sul Lipez. Este deserto de sal é mágico na primavera após a estação das chuvas: a linha do horizonte desaparece e o viajante perde o sentido da perspectiva. Além do Salar, explore o Sul Lipez com suas extensões desérticas onde as esculturas de Dali se inserem na paisagem. Entre vulcões, fontes termais e lagoas coloridas, descubra a Laguna Colorada e a Laguna Verde. Mergulhe na História percorrendo as ruas de Sucre, joia da América do Sul, também conhecida como a cidade branca. A três horas de viagem encontra-se Potosi e sua montanha sagrada que fez a riqueza do reino da Espanha do século XVI com sua mina de prata. Dos 10 milhões de bolivianos, mais de 6 milhões são índios de etnias distintas. Por causa desta incrível diversidade étnica, a Bolívia é considerada um país de preservação das culturas ameríndias: Aymara, Quechua, Guarani... Organizando sua estadia com uma agência local boliviana, você poderá entrar mais facilmente em contato com esses bolivianos para uma viagem autêntica.

Da ausência de turismo de massa, a Bolívia tirou alguns proveitos. Ela soube, principalmente, conservar intactas suas tradições e costumes. Seu folclore permanece extremamente vivo em todas as regiões e, mais surpreendente, em todas as camadas da população, sem distinção. Danças e músicas ancestrais perpetuam-se durante as numerosas festas, religiosas ou civis, do calendário. A mais importante é o carnaval de Oruro, que reúne em fevereiro cerca de 15.000 músicos e dançarinos vindos de todo o país, tornando-o o maior carnaval indígena do continente depois do Rio de Janeiro. A festa como escape: a figura é conhecida mas continua pertinente.

Outro paradoxo, e não dos menores: neste país onde a renda per capita é em média uma das mais baixas do continente, os recursos são imensos e seus limites ainda desconhecidos. A riqueza de hoje é certamente o gás natural, pois a Bolívia possui os maiores depósitos do continente americano. As minas de Potosí, cuja maior parte foi explorada pelos espanhóis, são consideradas o maior depósito de prata já descoberto. E o que dizer dos três bolivianos, os "barões do estanho", que eram contados, no início do século XX, entre as dez maiores fortunas do mundo? Sem esquecer os incríveis recursos de lítio sob o Salar de Uyuni, cujo valor de mercado não para de aumentar.

A Bolívia conseguiu preservar uma autenticidade rara, semelhante à da Guatemala. Em nenhum outro lugar na América do Sul você se sentirá tão deslocado pela riqueza das culturas, a harmonia das cores e da música, a diversidade dos climas e a gentileza de um povo pacífico. A ausência de rotina encanta tanto quanto cansa o viajante ocidental. Geralmente, não se passa férias na Bolívia: viaja-se por lá. Uma viagem deve ser preparada porque a incerteza reina aqui como soberana. Satisfazer-se com o circuito tradicional que conecta as principais cidades de ônibus é muito frustrante. A Bolívia, país no fim do mundo, é um hino à aventura, aos encontros autênticos e aos imprevistos que muitas vezes se tornam nossas melhores lembranças.